sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Revelações do Shop.org 2008

Organizado pela divisão de varejo on-line da National Retail Federation nos Estados Unidos, a Shop.org Annual Summit aconteceu esta semana em Las Vegas. Durante os últimos dias, pesquisadores, provedores e grandes lojistas do canal on-line se reuniram no evento para discutir as perspectivas do varejo on-line na América. O evento, anualmente organizado, é uma das mais importantes referências de conhecimento para o comércio eletrônico mundial. Presente nas últimas 4 edições (pelo menos) do Annual Summit, Sucharita Mulpuro da Forrester, foi uma das "key note speakers" do primeiro dia do evento, e como nos anos anteriores, apresentou a analise da Forrester, e sua pessoal, sobre o mercado e tendências, definindo importantes "drivers" para o comércio eletrônico a curto prazo, da qual destaco em particular alguns pontos, que julguei particularmente relevantes:

- o Youtube é o novo Google - o ganho de relevância dos videos como publicidade de venda on-line já é uma realidade e tende a crescer nos próximos anos.

- Formas de Pagar - os formas pré-pagas de pagar, como através do PayPal, Bill Me Later, eCheck entre outros crescem na preferência do consumidor norte americano, diminuindo a participação dos cartões de crédito, ainda majoritária, mas contudo, ameaçada.

Para consultar o blog oficial do evento, com resumo sobre esta e outras palestras, como, por exemplo, a do CEO da GAP,Toby Lenk, clique agui.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

De novo, sobre o "Parcelado sem Juros".

Para tornar ainda mais complexa a operação das lojas on-line que vendem com o parcelado sem juros através de cartões de crédito, as principais redes adquirentes, passaram a cobrar, recentemente, taxas diferenciadas em relação ao número de parcelas vendidas. Anteriormente, a taxa de desconto negociada, era única, por exemplo, 3,5% e caso o lojista desejasse antecipar, um taxa negociada caso a caso era aplicada. Mantem-se a regra sobre antecipação, contudo, argumentando que o parecelamento, implica em custos extras ao sistema, as redes adquirentes das principais bandeiras, estão negociando novas taxas, por exemplo, 3,5% para 1 parcela, 4,0% para de 2 a 5 parcelas, e 4,5% de 6 até 12 vezes no pagamento. Estes custos extras, seriam devido ao processamento das parcelas, bastante questionável, e ao risco suplementar da operação, pois se um dado cliente se tornar inadimplente no decorrer de um parcelamento longo, o prejuízo integral é do banco e não da loja. Este último argumento, é conceitualmente válido, embora pelo perfil de e-compradores atuais, temos um claro viés, pois são os consumidores de mais alta renda, pertencentes a melhor base de clientes dos cartões aqueles que compram pela Internet, ou seja, o perfil de menor, ou quase inexistente risco.
Segundo informações do mercado, o uso do parcelamento sem juros no cartão não é uma particularidade da Internet. Mais de 70% das compras com este instrumento, são parceladas, incluindo compras na Internet e lojas físicas. No geral, portanto, faz sentido a preocupação das redes em cobrar diferenciado, pois também no geral, o risco de inadimplência é diferenciado.
Este cenário torna ainda mais crítico para as lojas on-line, a forte adoção e preferência pelo parcelamento.
Ainda tímidas, as iniciativas para incentivo de outras formas de pagar, ou mesmo, o desenvolvimento de alternativa para diminuir a preferencia pelo parcelamento são estratégicos e passam a ser prioritária na agenda dos varejistas on-line no Brasil.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Modelo Overstock - oportunidade no Brasil

Para quem não conhece, o Overstock é um portal de vendas de saldões na Internet. Funciona assim, fabricantes, distribuidores e mesmo varejistas podem colocar suas sobras de estoque para venda com deságio no portal, que se encarrega de organizar os itens e divulgá-los de forma apropriada para venda. O preço é previamente definido entre o Overstock e o vendedor, de forma a sempre contemplar substancial desconto para o comprador, e o comissionamento de venda para o Overstock. Nesta semana, a empresa anunciou o início de sua venda internacional (até então a operação era restrita ao merecado norte americano), abrangendo 34 países, basicamente na America do Norte e Europa. Infelizmente, o Brasil não faz parte da abrangencia do Overstock. Este tipo de operação, dada nossas características regulatórias e de logística não se viabilizaria em operação internacional, mas trata-se de todo modo, uma oportunidade de grande potencial para um empreendedor local, pois afinal, temos por um lado uma demanda de compradores ávidos por descontos, que o diga o Mercado Livre, e por outro, certamente sobras de estoque de produtos em fabricantes, distribuidores e varejistas. O modelo de operação, resolve, inclusive uma situação comum no varejo, quando o lojista não quer depreciar a venda de um item novo no estoque, "queimando" sobras de modelos anteriores do mesmo item, pois a venda é sem identificação, ou seja, para o comprador, o "overstock" ou operador da revenda é o responsável pela transação. Baseado no grande sucesso do mercado de leilão on-line no Brasil, com volume de vendas que pode superar a R$ 2,5 bilhões em 2008, com mais de 5 milhões de compradores diferentes, com compra de valor médio de R$ 170, não se pode negar que existe espaço para uma espécie de Overstock no Brasil. Para ler o artigo do Boston Globe com detalhes sobre a operação internacional do Overstock, clique Boston.com.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Frete grátis, 12 vezes sem juros e descontos. Serão vantagens?

Segundo matéria publicada pelo edição on-line do USA Today, o frete grátis se tornou o principal "driver" promocional das lojas de varejo on-line nos Estados Unidos. Pesquisa desenvolvida pela a Shop.org verificou que no fim do ano passado, 80% das principais lojas daquele mercado ofereciam frete grátis como a principal estratégia de vendas. As ricas estatíscas sobre o mercado americano revelam ainda que 40% dos internautas que abandonam seu carrinho de compras antes da finalização do pedido, o fazem por considerar o frete com preço alto demais. Embora predatório, a promoção de frete grátis deverá ser mantida neste final de ano, aponta o jornal, pois o americano se "viciou" ao apelo desta vantagem a ponto de ser este o motivo de decisão final para o fechamento de um pedido. Os analistas do mercado apontam como uma estratégia perigosa, pois com a elevação dos custos de combustíveis pela crise do petróleo aliada a natural elavação de preços de frete no Natal naquele hemisfério, em função do inverno rigoroso fazem com que o frete grátis elimine boa parte da margem das operações on-line. No Brasil, embora com inverno menos rigoroso e uma alta concentração de pedidos em poucos estados, o frete grátis é aplicado com limitações de destinos e com valor mínimo de compra. Nosso "vício" é mais perigoso e se refere ao parcelamento sem juros, largamente utilizado pelas lojas de internet desde o início da década passada e seguramente o maior motivador de compras no Brasil. Lojas poderosas como a Americanas.com passam os 12 meses do ano vendendo nesta modalidade, pois entendem ser este um diferencial decisivo para a venda. De fato, com a facilidade de pesquisa de preços e o hábito do brasileiro de olhar com mais atenção o valor da parcela do que o preço final do produto, o parcelado sem juros é arrebatador. Contudo, o alto preço pago por ele pelos lojistas é inquestionável. As grandes lojas apresentam parcelamento médio em 8 vezes, sendo que o prazo de pagamento a fornecedores entre 60 a 90 dias. Com tempo de estoque médio na ordem de 30 dias, para aqueles com nível de excelência na gestão de compra e estoque, o fluxo de caixa não fecha, obrigando a antecipação de recebíveis junto aos bancos, que aplicam taxas de descontos que podem ultrapassar 10% dependendo do caso. Não existe mágica, ou venda com prejuízo, o custo final desta operação é repassada ao consumidor, na formação do preço final de venda. É por isso, que está se tornando uma prática corriqueira o desconto para pagamento à vista nas grandes lojas da nossa Internet. Opção do comprador, saber o que lhe convém na hora de pagar, mesmo nas lojas pontocom - parcelas menores ou custo total menor. Voltarei a este tema com maior profundidade em uma das próximas postagens.
Para ler o artigo referencia clique USA Today.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Brasil - quase 6 vezes maior que o Mexico na Internet

A Reuters publicou esta semana, estudo sobre o comércio eletrônico no Mexico. Por lá, as compras on-line, incluindo bens de consumo e passagens aéreas movimentaram o equivalente a R$ 1,69 bilhões em 2007, contra R$ 9,7 bilhões no Brasil. A diferença favorável ao Brasil cresce quando o número é segmentado, pois no varejo online (bens de consumo) o Brasil movimentou R$ 6,5 bilhões em 2007, ao passo que o México, apenas R$ 0,56 bilhão. Dois terços do consumo on-line mexicano são em sites de passagens aéreas ao passo que no Brasil, pelo contrário, apenas 33% do consumo é relativo a passagens aéreas. Pela ótica do número de compradores on-line, também o Brasil se destaca com 4 vezes mais que o México (10 milhões contra 2,5 milhões, respectivamente).
O Brasil se aproxima com isso, a quase 70% de todo consumo on-line da América Latina.
Maiores detalhes, acesse o artigo da Reuters.