Já manifestado em diversos enfoques em posts passados, meu pensamento sobre o hiato existente, no Brasil, de uma forma alternativa de pagamento para as compras em comércio eletrônico. Organizando o pensamento, comento os meios existentes:
- Cartões de Crédito – campeões atuais em preferência com mais de 81% dos pagamentos sendo pagos desta forma. Apresenta um alto fator motivador às vendas pela disponibilidade do parcelado sem juros, praticamente a única forma de o consumidor parcelar uma compra pela Internet. Contudo, apresenta várias deficiências. Para o consumidor, a disponibilidade de limite, é um fator limitante. Não adianta querer comprar uma TV LCD em 12 vezes de R$ 500, se o seu limite disponível for de R$ 3 mil. O cartão somente autorizará o pagamento, se no instante da compra, o limite disponível, for igual ou maior do que a soma das parcelas, ou preço a vista do produto adquirido. Mesmo que autorizado, o valor total das parcelas será bloqueado no limite. No exemplo citado, no caso de um consumidor com limite de R$ 7 mil (sem uso até o momento), após a compra autorizada, o limite disponível passará a ser de R$ 1 mil (limite de R$ 7 mil descontado o preço a vista da TV de R$ 6 mil). Para as lojas, os cartões são uma grande dor de cabeça, pois o custo transacional é o mais alto de todas as formas de pagamento hoje existentes, mesmo sem o parcelamento. Considerando o parcelado, pode chegar a ser de 15 a 20% do valor do produto vendido. Para complicar ainda mais, todo o risco de contestação da transação é do lojista (chargeback).
- Boleto – forma arcaica de pagamento, não desenvolvido para internet e sim para compensação de contas em pagamentos em agencias bancárias. Para o consumidor, embora normalmente oferecido com algum desconto, obriga o pagamento a vista, não permitindo qualquer tipo de parcelamento. Além disso, por não ser online, implica em pelo menos mais 1 dia no processamento do pedido, pois mesmo que pago imediatamente após a compra, a informação sobre o pagamento, somente chegará a loja no dia seguinte, eventualmente em 2 dias. Para o lojista, além do problema do processamento offline, existe também o alto grau de desistência. Por volta de metade dos pagamentos com boleto não são efetivados, ou seja, metade dos compradores desta modalidade desistem da compra, acarretando custos de processamento para o lojista (em alguns casos, bloqueio no estoque por alguns dias).
- Débito Online – disponível somente para alguns bancos (Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e em menor escala Real, Banrisul e Unibanco). Por ser uma transação de homebanking atrelada ao check out da loja, para o consumidor, trata-se de uma transação demorada e burocrática, pois todas as autenticações de senha e contra senhas do homebanking, são exigidas no pagamento. Para o lojista, o processo de autenticação é um fardo implicando no abandono expressivo do carrinho de compras no final da transação, por demora de conclusão. Além disso, e principalmente, não é uma solução universal. A loja precisa se integrar individualmente com cada banco (e não são todos que possuem solução, por exemplo, a CEF, o HSBC e Santander não possuem). Não é foco e interesse dos bancos que dispõem de solução online, a filiação massificada, interessando apenas os grandes lojistas do mercado.
Num próximo post, descreverei o meio de pagamento inexistente, que poderia preencher as necessidades atuais.