quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Compras Coletivas – Risco e Oportunidades

O rápido sucesso dos projetos de compras coletivas, como Peixe Urbano, ClickOn e GroupOn impressiona. A GMATTOS estima que neste mês, Dezembro/10, mais de 2 milhões de transações em sites de compras coletivas serão feitas, o que é muito significativo, se considerarmos que o varejo on-line, com história de 13 anos por aqui, deve realizar em todo este ano 50 milhões de vendas no Brasil.
O sucesso da operação de compras coletivas pode ser mais bem entendido quando analisada experiência anterior desta modalidade de venda promocional pela Internet. No final de 2006, ou seja, 4 longos anos atrás (ao menos para os negócios on-line), empreendimentos como o Tuangr, que apresentavam o mesmo principio, não prosperaram. Dois motivos podem justificar porque um site com os mesmo tipo de oferta e valor agregado, 4 anos antes da febre das compras coletivas, não teve o mesmo desempenho que os empreendimentos atuais.
O primeiro deles diz respeito à categoria de produtos. Enquanto o Peixe Urbano e similares focam o segmento de serviços e lazer (restaurantes, academias, spa, entre outros), o Tuangr acreditou na oferta de bens de serviço duráveis no segmento de eletrônicos, eletrodomésticos e informática. Os descontos eram bons, mas o ticket médio alto, para mobilizar “amigos”, ou corrente de interessados para a formação de um grupo de tamanho mínimo de uma compra coletiva.
O outro motivo é a consolidação das mídias sociais, verdadeiro motor de divulgação dos sites de compras coletivas. Não é a toa que rumores propagados nos jornais, dão conta da oferta bilionária do Google (dono do Orkut) para aquisição do GroupOn. A simbiose entre as modalidades é evidente. Uma oferta de compra coletiva, com volume mínimo de aquisições é divulgada espontaneamente por um interessado, usando seu Facebook ou Twiteer para amigos, pois desperta o interesse convergente de grupos com afinidade semelhante. Do mesmo modo, passa a ser um valor agregado participar uma mídia coletiva, para saber de barganhas e ofertas de sites como o GroupOn. Em 2006, as mídias coletivas se resumiam ao Orkut, na época com viés de participação de adolescentes, ainda não focados no consumo.
O cenário atual é francamente favorável ao crescimento mais do que acelerado deste mercado. Contudo, assim como em outras categorias de negocio surgidas no passado, como comércios eletrônicos, portais de mídia, uma seleção natural se dará, consolidando players vencedores em alguns anos.
O caminho do sucesso para os empreendimentos de compras coletivas diz respeito ao gerenciamento de todo o processo do serviço ofertado. Hoje a operação do resgate do beneficio adquirido em qualquer destes sites é arcaica. A impressão de um voucher, facilmente replicado, controlado manualmente no estabelecimento de resgate não é um processo digno para a tecnologia da Internet e certamente esta fragilidade causará problemas na prestação do serviço ou prejuízos aos comércios anunciantes. Esta operação precisa ser eletrônica com atualização em tempo real, o que permitirá, inclusive, a melhor gestão do site de compras coletivas, que saberá com precisão, que tipo de oferta tem apelo mais imediato, ou de maturação mais longa.
Talvez exista mais uma simbiose na evolução das compras coletivas, desta vez com as plataformas de mobile. Não consigo imaginar nada melhor do que usar alguma plataforma de autenticação de resgate via mobile para resolver esta fragilidade. O tempo dirá.

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