segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

NRF 2009 – Balanço

A edição 2009 do grande seminário da National Retail Federation (chamado Big Show) apresentou conteúdos melhores do que a edição passada, talvez a mais fraca (2008) que tive oportunidade de acompanhar. Contudo, permanece a avaliação de que o evento vale muito mais pelo networking com os participantes, do que pelo seu conteúdo em si. Para ilustrar, pouco pude captar de interesse na agenda dos últimos 2 dias dos 4 dias de evento, que justificasse um post neste blog. No geral, os destaques, na minha avaliação, foram:

· Wal Mart – muito interessante a participação do CEO do Wal Mart, por sua sinceridade nas colocações e mesmo tom político de sua mensagem. Naquilo que ele pode comentar, agregou conhecimento.
· Crise – as avaliações sobre o impacto da crise no varejo americano não são positivas. A impressão que ficou é que teremos muitas notícias ruins no decorrer do ano. A semana nem terminou e a Circuit City anunciou o fechamento de suas atividades. Curiosamente, fiz na 6ª feira (16/01) uma compra na loja da rede na Union Square. A loja estava cheia, mas por incrível que pareça, apenas 1 check out funcionava, tornando o pagamento uma experiência longa e chata. Creio que os funcionários já sabiam o desfecho anunciado durante o final de semana.
· Gestão – vários palestrantes, ao tratarem o tema crise, destacaram a importancia da capacidade de gerir a crise, com focos principais em 2 pilares. O primeiro na observação e correta interpretação da mudança de hábitos dos consumidores. Quem melhor captar as mudanças latentes, e se adaptar as novas necessidades, poderá enfrentar a crise em melhor condição. O outro pilar, se refere a adequação interna da loja, sobretudo, no que diz respeito ao treinamento dos funcionários. Este ponto é crucial, pois manter a equipe motivada, na situação de recessão com conseqüência direta na remuneração variável dos vendedores é delicado, mas essencial para o sucesso. Testemunhei em Nova Iorque, vários exemplos negativos a respeito. Na Blomingdales, por exemplo, uma vendedora interpelando uma pessoa que retirava um produto de um manequim, afirmando que isso não era permitido, ao que foi respondido, que se ela se tratava também de um funcionário da loja, que trabalhava por lá a quase 1 ano, com a função de atualizar os manequins. Vários outros exemplos, puderam ser observados em lojas como GAP, CVs entre outras. Justiça seja feita, a Apple Store se destacou positivamente, pois nas duas lojas visitadas (Soho e Meatpacking District) o atendimento e qualidade dos vendedores foi irrepreensível.
· Comércio Eletrônico – unânime a avaliação de que o canal internet manterá sua importância e mesmo destaque no período de crise. As pessoas passarão a usar mais o canal, pesquisando preços, entendendo melhor sobre produtos, e mesmo finalizando compras se perceberem vantagens em relação a compra on-line. Passa a ser uma questão de sobrevivência, a presença neste canal.
· Novas Tecnologias – é imperativa a manutenção em investimento em novas tecnologias no ponto de venda, tanto para a redução de custos operacionais, como principalmente, para a melhoria no nível de serviço junto ao cliente. O uso de tecnologias de mobilidade parece ser uma tendência neste sentido.

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