quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Porque existe oportunidade para um novo meio de pagamento online

Já manifestado em diversos enfoques em posts passados, meu pensamento sobre o hiato existente, no Brasil, de uma forma alternativa de pagamento para as compras em comércio eletrônico. Organizando o pensamento, comento os meios existentes:

  • Cartões de Crédito – campeões atuais em preferência com mais de 81% dos pagamentos sendo pagos desta forma. Apresenta um alto fator motivador às vendas pela disponibilidade do parcelado sem juros, praticamente a única forma de o consumidor parcelar uma compra pela Internet. Contudo, apresenta várias deficiências. Para o consumidor, a disponibilidade de limite, é um fator limitante. Não adianta querer comprar uma TV LCD em 12 vezes de R$ 500, se o seu limite disponível for de R$ 3 mil. O cartão somente autorizará o pagamento, se no instante da compra, o limite disponível, for igual ou maior do que a soma das parcelas, ou preço a vista do produto adquirido. Mesmo que autorizado, o valor total das parcelas será bloqueado no limite. No exemplo citado, no caso de um consumidor com limite de R$ 7 mil (sem uso até o momento), após a compra autorizada, o limite disponível passará a ser de R$ 1 mil (limite de R$ 7 mil descontado o preço a vista da TV de R$ 6 mil). Para as lojas, os cartões são uma grande dor de cabeça, pois o custo transacional é o mais alto de todas as formas de pagamento hoje existentes, mesmo sem o parcelamento. Considerando o parcelado, pode chegar a ser de 15 a 20% do valor do produto vendido. Para complicar ainda mais, todo o risco de contestação da transação é do lojista (chargeback).
  • Boleto – forma arcaica de pagamento, não desenvolvido para internet e sim para compensação de contas em pagamentos em agencias bancárias. Para o consumidor, embora normalmente oferecido com algum desconto, obriga o pagamento a vista, não permitindo qualquer tipo de parcelamento. Além disso, por não ser online, implica em pelo menos mais 1 dia no processamento do pedido, pois mesmo que pago imediatamente após a compra, a informação sobre o pagamento, somente chegará a loja no dia seguinte, eventualmente em 2 dias. Para o lojista, além do problema do processamento offline, existe também o alto grau de desistência. Por volta de metade dos pagamentos com boleto não são efetivados, ou seja, metade dos compradores desta modalidade desistem da compra, acarretando custos de processamento para o lojista (em alguns casos, bloqueio no estoque por alguns dias).
  • Débito Online – disponível somente para alguns bancos (Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e em menor escala Real, Banrisul e Unibanco). Por ser uma transação de homebanking atrelada ao check out da loja, para o consumidor, trata-se de uma transação demorada e burocrática, pois todas as autenticações de senha e contra senhas do homebanking, são exigidas no pagamento. Para o lojista, o processo de autenticação é um fardo implicando no abandono expressivo do carrinho de compras no final da transação, por demora de conclusão. Além disso, e principalmente, não é uma solução universal. A loja precisa se integrar individualmente com cada banco (e não são todos que possuem solução, por exemplo, a CEF, o HSBC e Santander não possuem). Não é foco e interesse dos bancos que dispõem de solução online, a filiação massificada, interessando apenas os grandes lojistas do mercado.


Num próximo post, descreverei o meio de pagamento inexistente, que poderia preencher as necessidades atuais.

2 comentários:

Lucas disse...

Boa tarde Gastão, adorei o seu blog, é muito interessante. Ainda mais para mim que estou querendo abrir uma empresa online. Li todos os seus posts e sei que serão muito interessantes para mim. Vou ficar no aguardo para ver seu próximo post a respeito de uma nova forma de pagamento pela internet, quem sabe já não posso aplicá-la em minha nova empresa?
Obrigado pela dedicação!

paul disse...

Suas colocações sobre as limitações, custos transacionais altíssimos, e eventuais lacunas de segurança inerentes nas atuais opções de pagamento online são corretíssimas.

Me fez lembrar de uma possível solução que foi postulado há uns 1900 anos atrás pelo profeta João escrevendo da ilha grega de Patmos. Ele previu " E fez que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, lhes fosse posto um sinal na mão direita, ou na fronte, para que ninguém pudesse comprar ou vender, senão aquele que tivesse o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis." (capítulo 13, versículos 16 -18, livro de Apocolipse ou Revelação)

Visualizou-se algun tipo de dispositivo eletrônico que autorizaria (ou não) compras, débitos e créditos. Ele descreve o famoso "Marca da Besta". Seria esse o novo meio de pagamento para solucionar os problemas ora descritas?